31.7.02

É bem simples determinar quando a bioética surgiu: em 1989, quando 3% dos 3 bilhões de dólares destinados ao Projeto Genoma foram dedicados às especulações sobre as implicações dessas novas tecnologias.

Com essa origem, a bioética pode ser ética mesmo? Mais importante ainda: as questões levantadas não são grandes demais para ficar na mão de especialistas?
McLuhan is important because he was the first to articulate a radical and contemporary understanding of the new media and the information environment. He noted, accurately, that in times of innovation "we look at the present through a rear-view mirror. We march backwards into the future."
Eu gosto do aspecto sci-fi do negócio, mas um dirigível vigiando favelas é uma idéia que me incomoda profundamente. Pelo jeito não sou o único.
Finalmente o Zémaria está lançando disco. Tem um ano e pouco que caiu na minha mão um cd demo e nada de disco "de verdade".
Mais Giz
Psychalking
TIPSchalking
Pubchalking
Chalkchalking

E tem o Blogchalk (Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Salvador, Pituba, Rodolfo, Male, 21-25), que também é legal.

Deuses Americanos vai bem. Devagar, mas bem. Mas - lembrando de Signal to Noise, Mr. Punch e Violent Cases, bate a vontade de ler algo do autor sem os elementos fantásticos.

Apesar de gostar do trabalho dele como está, acho que Gaiman é o típico escritor preso num gêneto pelo próprio sucesso. Ainda é cedo para ter certeza, mas acho que vai dar para saber em uns dez anos.
As funções de um verdadeiro intelectual, por Umberto Eco.
Quando eu penso nos anos 60, as três primeiras coisas que me vêm à cabeça são os Beatles, a Corrida Espacial e super-espiões à James Bond.

30.7.02

Blog no New York Times. (Se você não é cadastrado no New York Times, use leitura como usuário e dodia como senha.)
Estaria George W. Bush usando 1984 como um manual de governo?
Top of the pops
Topblogs
Toplinks
top-top
Driven by technology, the remix has evolved from those humble beginnings to become the pre-eminent musical tool of the last three decades, the principle that underlies everything from reggae to hip-hop to techno. The following five landmark remixes track its migration from Jamaica to New York and finally to the Internet.
Como é de costume nessas artes marginais - quase todas, na verdade - os quadrinhos brasileiros ganham destaque no exterior, enquanto mal dá para encontrá-los aqui. Além da Front - que é difícil de achar nos Estados Inferiores - não sei de nenhuma revista que publique esses caras.

Take The Ewan McGregor Test!
Tudo que elas querem
Entenda o sexo masculino e seja feliz. Os anos 50 voltaram no Terra.
Remember when only celebrities and CEOs hired novelists to write their books? Now the novelists are hiring novelists.
Finalmente coloquei minhas patinhas em Deuses Americanos, o primeiro romance-romance-mesmo de Neil Gaiman. Pelo jeito, O Assassino Dentro de Mim e Morangos Mofados vão ficar encostados um tanto.

Morangos Mofados é muito irregular. Alguns contos são ótimos - principalmente dois vem explícitos sobre homessexualidade - mas outros meio que se perdem na lamentação. Tenho impressão que o livro não envelheceu bem. Anos 80 demais pro meu gosto, como Ana Cristina César.
Ser uma criança e mentir pros pais - aspecto importante do desenvolvimento emocional e social - está ficando cada vez mais difícil. É impressionante como, com o rótulo de segurança, conseguem convencer as pessoas a aumentarem as possibilidades de controle sobre elas próprias.

Ou alguém acha que, depois de implantados, esses chips vão ser retirados algum dia?

29.7.02

Eu devia imaginar que montar um trailer era complicado.

(Se você não é cadastrado no New York Times, use leitura como usuário e dodia como senha.)

28.7.02

Dia de Gibi Novo: Pano Cru

Eu não lembro de ter lido nenhuma hq portuguesa antes. Talvez em alguma Metal Pesado da vida, mas sem saber. Quando fui na FNAC, vi algumas graphic novels de uma Edições Polvo. Usando sei lá que critério, escolhi Pano Cru.

Pano Cru é a história de Duarte Latin, um pintor depriido desde que a esposa morreu. Um dia ele sai de casa para ver um show, faz uma besteira muito grande e fode com o resto da sua vida.

O roteiro e arte da história são de Pedro Brito. O primeiro deixa muito a desejar - as motivações do personagem não ficam claras, as reações aos acontecimentos são meio forçadas e as coisas acontecem mais rápido que o necessário. A arte, por outro lado, é muito boa, parecendo ter sido feita com carvão ou pastel em lugar de nanquim.

Um problema menor é que a mancha gráfica tem o formato diferente em cada um dos capítulos. Provavelmente cada uma das revistas que publicou parte da história tinha um formato, o que enfeiou um pouco a compilação.

Não que tenha me arrependido, mas fico imaginando se as outras histórias são mais legais.

27.7.02

Eu preciso de uns desses. Alguém tem menta para me emprestar?
When you compare the professions, pastry chef really has it over journalism, don’t you think? At least at first glance. I mean, your pastry chef, if he or she is good enough, always pleases people, makes them smile, even moan with pleasure. Your journalist, if he’s done his job, makes people, well ... angry, irritated, bitter, uncomfortable.
A primeira edição da Action Comics está online. Provavelmente por pouco tempo, então é melhor guardar tudo no seu disco rígido.

26.7.02

Nas eleições de outubro será necessário votar consciente e responsavelmente para eleger políticos compromissados em resolver esses graves problemas brasileiros. Para ajudar nesse trabalho a Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria pela Vida, em parceria com a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Pastoral da Criança, lançou no dia 16 de julho, no Armazém da Cultura e Cidadania, no Rio de Janeiro, a Campanha pelo Voto Ético de 2002.
Esqueça Star Wars e Star Trek. Isso que é ficção científica.
Warren Ellis - de Transmetropolitan, Ministry of Space e Global Frequency - reformulou seu site recentemente, já que vai fechar o fórum em outubro.

Ellis é - além de um ótimo escritor - um mestre na auto-promoção. Suas estratégias - como a recente divulgação de parte do roteiro de uma história - são copiadas quase imediatamente por outros escritores.
A Globo resolveu esquentar os motores para o lançamento do blogger.com.br. E o primeiro blog é do personagem do Tarcísio Meira na próxima novela das sete.

A escolha diz muito sobre o perfil do usuário que a Globo.com quer atingir. Todo mundo - ou quase todo mundo - que está na rede sabe o que é um blog e se não tem é por falta de interesse. Colocar os noveleiros na história é uma ótima idéia.

Mesmo que eu tenha medo dos blogs que vão sair disso.
Why, when every fourth-rate computer game and fifth-rate comic-book has been green-lit and fast-tracked has Superman been languishing in Development Hell for almost a generation? In other words; Is Superman Fucked?
(...)
I think the recently-announced Superman Versus Batman picture is much more likely to make it to the big screen and actually proves, quite depressingly, my feeling that Superman is actually on the verge of expiring as an pop culture icon.
Mark Millar, metendo o pé na porta, com sua primeira coluna.

25.7.02

Um pedaço de pedra gigante pode bater na Terra em 2019, matando todo mundo. Por que eu tenho a impressão que os astrônomos dizem essas coisas só para não perderem o emprego?
As pessoas chegaram aqui procurando:

futuros ataques terroristas, gloss salvador, santiago arcas, daniel acu, pernóstico, placa de trânsito, sex comics, papel log log, discurso formatura terceiro grau, leitura escrita na pre escola, chineses sex cartoons, leituras interessantes, cyberpunk imagens
O meu blogchalk (Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Salvador, Pituba, Rodolfo, Male, 21-25) que é bom, nada.

Se você ainda não se ligou, fica a dica: quando for procurar alguma coisa num google e ele apontar para um blog, visite o cache, não a página.
Desde a última vez que mencionei aqui, muita coisa nova entrou no Aoristo:
Girls as a Memetic Infection I
Diálogo Recursivo I
Álcool
Pulp Hack I
Pulp Hack III
Pulp Hack III
Luto

Passa lá.
Mark Millar, escritor de Ultimates e The Authority lançou ontem seu site oficial.
Não tenho como não voltar ao assunto. A quantidade de e-mails recebidos me dá a esperança de que, quando estiver com crise de rejeição, me sentindo sozinho, abandonado, já sei o que fazer: escrevo sobre blog.
Zuenir Ventura, entregando o ouro no nozinho.
"Líder do mundo livre" my ass.
Seis Propostas para o Próximo Milênio comentado na minha coluna no A Tarde. Essa limitação extrema de espaço está começando a encher. Além de ganhar por lauda, é difícil desenvolver qualquer raciocínio em 19 linhas.

24.7.02

"Smart Mobs." The odd phrase might bring to mind rowdies partying after the Harvard-Yale football game. But, in fact, it has been coined by the author Howard Rheingold to describe groups of people equipped with high-tech communications devices that allow them to act in concert - whether they know each other or not.
Machinima é um novo modo de fazer animação, utilizando os motores gráficos de jogos como Quake.
A Salon - a minha revista online preferida depois da morte da Feed - lançou um serviço de blogs. Pago, claro. Mas - tirando jornalista duro - que lê a revista é americano bacana.
Não li nem vi Road to Perdition, mas essa crítica levanta alguns pontos interessantes sobre a adaptação de histórias em quadrinhos (não personagens de quadrinhos) para as telas - mesmo estando muito confusa sobre o termo graphic novel.

23.7.02

Eu sinto, muita, mas muita, mas muita falta mesmo da Polly. Por pura sorte, eu meio que a encontrei.
As forças armadas americanas estão pesquisando armamentos não-letais. A principal finalidade dessas armas é, desde já, lidar com o controle de multidões.

Apesar de quererem convencer a população que essas armas são mais seguras que as convencionais, a situação é oposta: só os comandantes mais dementes dispersariam uma manifestação a bala. Essas armas estão sendo planejadas para serem usadas sem nenhuma restrição.
Therefore, are there virtues in writing which are not necessarily identified with linguistic creation, but are part of rhythm and shrewd dosage, and cross the boundary, albeit infinitesimally, between literature and light fiction?
Umberto Eco faz a pergunta.
Tadinho do pessoal da Nasa: eles não têm dinheiro para fazer upgrade dos computadores e têm que ficar caçando na web peças dos anos 80.

Esse é um problema que deve se agravar: na cultura novidadeira da informática, preservar não é uma grande preocupação.
Mais blogs para todo dia

Ponto Jol - Weblog coletivo sobre jornalismo online e assuntos relacionados.

Hyperheaven - Um blog para comentar notícias sobre mídia online, tecnologia, internet e design.

22.7.02

Não sei se é por ler quadrinhos - onde o seriado ainda é a regra - mas achei esses conselhos para quem faz ficção na web um tanto óbvios.
Eu não acredito que tem gente que assiste Saia Justa. Cada uma na sua, as quatro são legais, mas haja paciência para assistir esse troço.
Eu adoro o trabalho de Warren Ellis. E adora ler roteiros de quadrinhos. Esse trecho de Planetary/JLA junta as duas coisas. Cortesia do Hector, do Escritório Noturno.
Segundo os indícios, a Europa é ainda mais distante dos folhetos turísticos do que eu imaginava. Muito legal esse tour político por lá. Acho que - depois do diário de um americano no Japão - esse é o melhor travelogue da Slate.
Se você não é uma adolescente japonesa ou uma menina de 5 anos, esse é o teste mais gay que existe. E a Hello Kitty tem boca!

21.7.02

23:09 - Anotação Pessoal
Não importa quanto eu esteja ouvindo a música, o quanto a letra é poética ou tem com minha vida: não vou postar pedaço de letra nenhuma. Se eu fiz as regras, eu tenho que respeitar.
Eye Candy

Bo.Ssa: um livro de arte em formato digital. Não um "livro de arte digital" - apesar da impressão que todas as imagens têm altas doses de Photoshop - mas um negócio que devia estar em papel, mas está na rede.

Bonito pra caralho.
Continuo lendo Morangos Mofados. É legal e tal, mas sou mais eu. (Ou eles ou ela ou ele).

20.7.02

Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Salvador, Pituba, Rodolfo, Male, 21-25
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19.7.02

George is busy and odds are good that you'll get Hillbilly Guy. Hillbilly Guy has got three eyes, is fucking his mother, his cousin and his sister and they're all the same woman, and he thinks logs and dead gophers are real purty.
Pode ser difícil de acreditar, mas isso é um pedaço de um texto sobre como escrever um roteiro de quadrinhos.
A melhor explicação do que é spyware que já vi: Is Gamespot's implementation evil? I installed it, and now my mom is dead. You be the judge.
Fui escrever, pra lá de atrasado, minha coluna e pego Seis Propostas Para o Próximo Milênio na prateleira. Como sempre, comecei a reler o livro.
Dia de Gibi Novo: Alec - How to be an Artist

Eu organizo meus livros - ou tento organizar - me baseando em um monte de critérios altamente objetivos, mas que seria muito complicado para qualquer outra pessoa entender. Pelo que observei até hoje, a maioria das pessoas usa critérios igualmente opacos. Temas, autores e formatos têm prioridade. A partir daí a coisa bagunça, mas a distinção entre livros teóricos e ficções é bem clara.

Aí eu leio Alec - How to be an Artist e não sei onde colocar o negócio, que é uma das melhores coisas que li esse ano, aliás.

Alec é o alter ego de Eddie Campbell - o desenhista de Do Inferno - em suas histórias claramente biográficas. Nelas, Campbell conta com o que parece ser bastante sinceridade uma série de episódios de sua vida. Não conheço o cara, mas ele faz tantas coisas idiotas e plausíveis que não há muito espaço para deixar as outras idiotices de fora.

Nesse livro em particular, Alec ensina como ser um artista de quadrinhos. Ou pelo menos mostra como Campbell se tornou um artista de quadrinhos. Ao mesmo tempo que trata dos percalços de Alec, o livro faz um exame da ascensão e queda das chamadas graphic novels.

O livro é lotado de aparições de gente famosa que Cambpell conheceu ou encontrou, como Alan Moore, Neil Gaiman e Hugo Pratt. Mesmo com essas aparições todas, How to be an Artist não cai no name droping que muitos livros do gênero caem.

Quem gosta de quadrinhos - e acha importante esse negócio de história - vai babar em How to be an Artist, mais ou menos como aqueles hippies wannabes babam naqueles filmes sobre Woodstock. Quem não está nem aí vai se divertir com as coisas que impedem o livro de ser simplesmente jornalístico: as reflexões de Alec sobre A ARTE, sua Barganha com o Destino, seu casamento e o nascimento do seu filho.

Se Maus ou Crumb não existissem, esse seria o livro a provar a que os quadrinhos servem também para fazer biografia.

E, em uma nota mais pessoal, esse livro colocou Campbell junto com Morrison, Ellis, Eisner e os caras citados aí em cima nas minhas preferências.

18.7.02

Pela segunda vez no ano, estou com um pé imobilizado. O direito, desta vez, para tentar a simetria. Cartões de melhoras e analgésicos são bem vindos.

16.7.02

Me toquei do quanto ando dispersivo quando a Cult desse mês chegou: eu ainda não abri a do mês passado. E tenho uma edição da Scientific American e outra da The Economist que nem passar as páginas direito passei.

Lá vou eu, tentar o fútil esforço da organização.
O chefe mandou e eu obedeço. Estou lendo E-topia, um livro sobre as cidades nesses dias de tecnologias digitais escrito por William J. Mitchell. Dever de casa para a pesquisa que ele está desenvolvendo sobre o assunto - e da qual eu estou participando.

Até o terceiro capítulo, o livro vai bem. Mais analisando que propondo ou pilhando algo, mas com aquela empolgação típica do pessoal do MIT.

14.7.02

Comecei a ler Morangos Mofados, do Caio Fernando Abreu. Acho que não vou gostar. O pouco que li me passou a mesma impressão que as coisas de Ana Cristina César: que a preocupação maior é com a terapia que a literatura. Claro que todo mundo faz isso de vez em quando. Eu pelo menos me arrependo.

E é estranho continuar lendo um livro com a impressão que não vou gostar. Mas implicar sempre é um divertimento.
Qual a coisa que a morte mais odeia? Groupies.
Do you speak japanese engrish? É hilário!
Quando mandam, eu dou uma passada no IG. E, cavando, até acho alguma coisa interessante.
Dia de Gibi Novo: Fear of Comics

Às vezes - quando as oportunidades certas surgem - compro alguma coisa estranha, só pra saber qual é. Foi o caso com Fear of Comics, uma coletânea de histórias curtas do Gilbert Hernandez - um dos caras que fizeram Love&Rockets.

A maioria das histórias não tem pé nem cabeça e tem uma inspiração surrealista (ou dadaísta: essas coisas são complicadas). Algumas são divertidas, outras idiotas e pelo menos duas são geniais. Muito, muito diferente das histórias dele com que estou acostumado, mas valeu a pena.
Pior que um bêbado, só a arrogância de quem nunca bebe.

13.7.02

Era uma vez... uma revista chamada Mondo 2000 e um homem chamado R. U. Serious. Que desapareceram.

12.7.02

I think in some ways, science draws more than ever from science fiction. Here's one example. We had the constant problem of designing access panels to high-tech installations, stuff that appears in movies where you scan your thumb or your iris. And what does it say when you can't get it? It says, "Access Denied." Everyone knows that. The guys who have to build that hate "Access Denied" -- we all hate "Access Denied." It's such a cliché, but the fact is, the people who build those things for real make them say "Access Denied." And why? Because we all know that from movies.
Um dos responsáveis pela ambientação de Minority Report, em entrevista para a Salon.
Tem blog? Cadê seu blogchalk?

Sabe o que é fantástico? É que a tecnologia envolvida é ridícula, conhecida de todos e pra lá de óbvia, mas ninguém tinha sacado essa possibilidade.
Na arrumação de ontem, as coisas couberam. Bem apertadas, mas couberam. Daí eu descubro que o videogame do meu irmão está sobre uma pequena pilha de livros.
Eu quero!
No meio da arrumação, acabei lendo - pela primeira vez - um bom pedaço do meu diário de 2000 - que trata principalmente de uma crise por qual passei. Tinha pensado em jogar fora, mas desisti. Os insigths que tive na época se sustentam - e confirmaram; o clima de demência ajuda a colocar certas coisas em perspectiva e é muito bom ver como certas coisas mudaram. Ali está registrado um dos períodos mais intensos de minha vida: o caderno fica.
Continuando com meus horários de sono malucos, acabo de fazer uma pequena arrumação nos meus livros. Meu quarto é pequeno e está no ponto de ter que sair uma coisa para outra entrar, por isso me desfiz de algumas caixas de quadrinhos sob a minha cama. No lugar delas, coloquei os livros que estavam empilhados sobre outros livros, atrás de outros livros.

As coisas que já li ou não pretendo ler tão cedo foram para debaixo da cama, junto com todos os meus trades. Deu certinho, mas vou precisar de mais caixas em breve.

Eu adoro não ter espaço por conta de livros.

11.7.02

Hqs que me fizeram chorar:

- Death: The High Cost of Living
- Maus
- The Invisibles - com King Mob falando I was in love with her. And now it´s science fiction
- Signal to Noise
- Watchmen - e não foi no final.
- Sandman - e não foi quando ele morre.
- Transmetopolitan 46 - com Spider dizendo So we've got a deadline. We can do headlines.

Sem dúvida há outras, mas só me lembro dessas sem precisar espremer.Se você conseguir passar por todas essas sem um sniff sequer, é por ter uma pedra no lugar do coração.
Finalmente parei de enrolar e comecei a escrever sobre quadrinhos na minha coluna para o Caderno Dez! Já estava na hora.

10.7.02

Two hundred years from now, how will historians assess the early twenty-first century? They won't, because scarcely anything will be left to assess. That's right: Welcome, my friends, to the digital dark age.
Dia de Gibi Novo: Transmetropolitan 37 a 42

Se você já veio aqui antes, há enormes chances de já ter me ouvido tagarelando à respeito de Transmetropolitan, uma ficção científica política - escrita por Warren Ellis - tratando das aventuras de Spider Jerusalem, jornalista fora da lei.

Li pouco mais de um terço - ou quase metade - das edições novas que comprei. Imagino que elas devem ser reunidas num trade chamado Back to Basics onde Spider resolve virar indie, derrubar o presidente dos EUA e descobre uma coisa muito, muito chata a seu respeito.

Excelente, como de costume.
"Will all the women in the room please stand up?" an overwrought British developer fumes. "It's white males, all wearing glasses! Look at us!" The bespectacled Caucasians in attendance nod: The lack of women players and developers, they agree, is keeping their games from becoming truly mass market. And with so much potential revenue out there, where are the games that aren't sci-fi or fantasy? "We're all the Star Wars, D&D, Tolkien fans; those are the games we create," another developer admits glumly.
Trecho de uma matéria da Salon sobre RPGs online.
Coisas que tornam meu dia tolerável
- Quinze edições novas de Transmetropolitam (ainda não lidas)
- Everything But The Girl
- Cowboy Junkies
- Chemical Brothers (Exit Planet Dust)
- Fones de ouvido

De volta à programação normal.
Sei que a paranóia anti-pedofilia e erotização infantil não adianta muito quanto aos casos de abuso. Mas sem dúvida tem um efeito perverso sobre histórias lindas como essa.

9.7.02

Um texto muito interessante sobre as relações entre comércio (ou patrocínio), literatura e os suportes da escrita. Discurso de abertura da Conferência Internacional de Literatura Eletrônica, No Baudelaires in Babylon fica entre uma ode aos indies e uma coleção de ofensas aos vendidos.
Dia de Gibi Novo: Strange Kiss

Eu já sabia que Strange Kiss era um remix de uma história que Warren Ellis tinha pensado antes de se demitir de Hellblazer. Só não contava que as modificações fossem tão poucas. Basicamente, o protagonista é um Constantine que dá uns tiros - segundo o próprio, the highest form of life on earth. A combat magician.

A história é boa, provavelmente mais violenta - mais escrota, no geral - do que seria na Vertigo, mas fica faltando o charme do Constantine: o protagonista (que nem lembro o nome) é só uma função da história.

Isso prejudica bastante: tudo parece muito acelerado, já que as motivações e passado do protagonista não ficam bem claras e o cara parece ter tido um passado bem interessante.

Strange Kiss seria uma excelete história para Hellblazer, mas fica só legal por conta própria. Há outras histórias da mesma série - Stranger Kisses e Strange Killings - onde eu espero que Ellis tenha dado uma identidade melhor às coisas.
O que eu quero, meu presidente, é que antes de o senhor deixar o governo, me reconheça como escritor. Não apenas eu. O Verissimo, o Ubaldo, o Loyola, o Mateus, o Jorge Amado, o Machado de Assis, também estão na mesma situação minha. Como está o meu filho Antonio. Resumindo, meu caro: não existe a profissão de escritor no Brasil. Vou repetir: não existe.
Mário Prata, em carta aberta ao presidente, pedindo o reconhecimento da profissão de escritor.
Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, Salvador, Pituba, Rodolfo, Male, 21-25Isso aí em cima é o texto necessário para que os googles coloquem os meus dados do Blogchalking na sua database. O Blogchalking é um sistema que quer facilitar a busca dos blogs por região.

Muito útil para fazer amigos ou pegar de porrada aquele que cara que andou falando mal da sua banda preferida.

8.7.02

Warchalking, whorechalking e blogchalking: estamos entrando na Era de Ouro do Giz. Engole essa, silício.
Acho que não sou romântico quanto à minha visão da relação entre arte e comércio. E ninguém deveria ser, já que a maior parte de nós já nasceu num mundo posterior à Induústria Cultural. Acho muito legal quando um artista tem consciência dessa relação e mesmo assim consegue produzir coisas que não são totalmente reiterativas.

5.7.02

Ainda bem que não cheguei na idade de ter dificuldade em me adaptar às novas tecnologias. Aliás, tenho uma única: adquiri-las.
20:40 - Anotação Pessoal
A minha vida é mesmo tediosa comparada a dele, ou é só a forma de narrar?
You´ll wake up only thinking of the book. It´ll be an Ice Age waiting a candle to flicker.

For a shining momente you´ll be a novelty and you can only be that once.

Your first feeling will be of disappointment. Getting beyond the hand-made photocopied things turns out to be no big deal.

From that moment the concept of "book" will hold no value and you will often buy expensively bound books and think nothing of cutting them up. If an idiot like you can be published, there can't be any inherent authority in the form.

But hardly anybody ever looking at it will think of the sum of experiences that will crowd around it, your "first book".
Alec MacGarry (que é mais ou menos a mesma coisa que Eddie Campbell) em Alec: How to be an Artist.

4.7.02

Por que estufamos as malas de livros quando vamos viajar? Pessimismo quanto à viagem ou otimismo quanto à disciplina? É o desespero de ler tudo.
A escritora de aluguel Indigo Girl num conto sobre bibliotecas.
Depois de séculos publicando quadrinhos de heróis, a Editora Abril decidiu parar com esse negócio. Estava claro que isso ia acontecer, mas não esperava que fosse tão cedo. Depois de ter perdido a Marvel - que sempre vendeu mais - e ter ficado só com o material da DC - que anda péssimo - em edições inferiores, o destino era óbvio.

A minha preocupação fica com a formação de platéia para os quadrinhos no futuro. Apesar de existirem outras coisas mais populares, tem gente que não estaria aqui sem o apelo espedífico da DC.
Comprei a Play ontem. Quero fazer disso um hábito: depois da primeira edição cheia de coisas manjadas, a revista achou um rumo rápido se centrando nas coisas brasileiras. Neste mês tem 14 páginas sobre música, Philip K. Dick, E3, modelos virtuais e software livre.
A minha coluna de hoje é sobre o romance do André Takeda. É um remix dos posts aqui no blog.

3.7.02

Eu me emociono com umas coisas estranhas. Como quando comecei a usar o Napster e ficava muito, muito contente quando alguém pegava um arquivo que eu tinha.
Na guerra sem fim entre internautas e empresas há espaço para manobras inteligentes e picaretagem da mais grosseira. Claro que já tem algo errado na maneira que as empresas colocam as coisas: com o software livre se tornando cada vez melhor e mais variado, elas precisam mais dos usuários que o contrário.

2.7.02

How to Sucessfully be an ARTIST (not to be confused with "becoming a sucessfull artist")

First, you must make your Bargain with FATE.

- I will cherish not material security but will squander it all in the search for wisdom. Furthermore, I will only lie in the service of truth.

Then you must get the most dead-end job you can find, one that does not require intelligence, because you will need to deploy that elsewhere.

You must put yourself through an informal course of learning everything there is to learn.

This is not to be confused with learning everything you need to know. You could easily go to college for that.

This will take the rest of eternity.

So sooner you start out, the sooner you'll come home, as the mother said to the son going to war.
Alec MacGarry (que é mais ou menos a mesma coisa que Eddie Campbell) em Alec: How to be an Artist.
Ô vida lixo!
Mesmo com as dúvidas a respeito do sentido de manter um blog, é legal se ver citado em matérias sobre o assunto.
De uma forma estranha e quase invisível, a música eletrônica dominou o mundo. Tudo bem que toca pouco no rádio e os artistas são dsconhecidos. Mas é só ir no cinema ou assistir comerciais que estão lá as batidas 4 por 4.
Existem questões que são relevantes, apesar de não parecerem à primeira vista. E existe o oposto.
Qual jeito de ser feminista - e feminina - é mais legal? As Meninas Superpoderosas ou a Barbie. Eu gosto mais das meninas, mas as duas opções se parecem muito.

1.7.02

The celebrated series makes a triumphant return! The distinguished creators, Mr. Alan Moore and Mr. Kevin O’Neill, are proud to present another rousing work of adventure, THE LEAGUE OF EXTRAORDINARY GENTLEMEN Volume II - a 6-part periodical brought to you by the fine chaps at AMERICA’S BEST COMICS.
No rebote de um texto sobre a Copa, uma amiga me mandou este, do mesmo autor, sobre desligar a televisão. Se ele não está simplesmente tentando ser engraçado - tipo um Macaco Simão - o cara é um grande babaca.